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MORTE - NEIL GAIMAN

Ela não foi a primeira a vir...
mas será a última a partir.


Morte é um dos sete perpétuos, criados por Neil Gaiman, que na minha modesta opinião é a melhor personagem desta obra de arte literária em forma de quadrinhos conhecida como Sandman.Morte é a segunda irmã mais velha dos Perpétuos (somente mais nova do que Destino) e se encontra com cada mortal duas vezes em sua vida: no nascimento, e na morte. Ela está fadada a ser o último ser a existir.
Uma vez a cada cem anos ela passa um dia como mortal ao fim do qual ela inevitavelmente morre, para ter melhor compreensão da sua missão.Talvez este seja o melhor modo de definir a irmã mais velha de Morpheus.
Diferentemente do que se esperava, ela não foi concebida por Gaiman e Dringenberg como uma figura sombria e fria, um 'esqueleto com uma foice', mas sim como uma bela garota,que se veste como uma punk,e que sempre nos passa muito otimismo e alegria, apesar do fardo que é o seu "trabalho".
Aliás, em se tratando deste assunto, sem sombra de dúvida seu irmão mais novo, Sonho, é muito mais mórbido e melancólico que ela.
Ela traz sempre consigo seu símbolo: o Ankh.
O Ankh é um símbolo muito antigo, derivado da cultura egípcia.
Ele era encontrado sempre nos hieróglifos, sendo segurado pelas divindades egípcias como se fosse uma chave, o que nos remete ao seu significado como "a chave dos portões que separam a vida e a morte",
já que estes desenhos eram muito comuns em pirâmides mortuárias dos faraós.
O Ankh é considerado um símbolo de vida e fertilidade, o que torna ainda mais irônico ser exatamente ele o símbolo utilizado pela irmã mais velha.
Este popular personagem não foi limitado ao papel de coadjuvante na revista Sandman. Neil Gaiman escreveu duas mini-séries focadas no personagem: Morte, O Preço da Vida e Morte, O Grande Momento da Vida, ambas desenhadas pelo canadense Chris Bachalo. Em 2000, a Vertigo publicou Morte, A Festa escrita e desenhada pela desenhista Jill Thompson que já trabalhara com o personagem no especial Pequenos Perpétuos.
Morte, O Preço da Vida descreve o encontro entre a perpétua e o adolescente Sexton Furnival. Quando encontra a Morte, Sexton está pensando em se suicidar, mas abandona temporariamente a idéia quando começa a acompanhá-la. A Morte não aparenta ser muito mais velha do que ele e ele a vê como uma garota de idéias extravagantes (em boa parte por não tentar esconder em nenhum momento que é a Morte). A trama se define com o aparecimento de Mad Hettie, uma mendiga que já está viva há mais de dois séculos e que pede à Morte que encontre seu coração perdido. E também há o Eremita, que quer aprisionar a Morte para que a vida seja eterna. (Essa idéia já estava presente na revista Sandman nº1, quando uma tentativa de capturar a Morte leva à prisão de Sonho em seu lugar). A mini-série retrata um período de vinte e quatro horas, especificamente o dia a cada cem anos que a Morte deve passar como mortal.
Morte, O Grande Momento da Vida conta a história da cantora lésbica Foxglove e de sua namorada Hazel. No passado Hazel fizera um trato com a Morte para evitar que seu filho Alvie morresse. A história começa a ser contada a partir do momento que a Morte volta para cobrar a dívida. Foxglove parte a procura de Hazel que está na companhia da Morte, angustiada pela morte recente de seu agente (e figura paterna) e pela necessidade de contar a namorada que não a ama mais.


"Quando a primeira coisa viva existiu, eu estava lá esperando... Quando a última coisa viva morrer, meu trabalho estará terminado... Então, eu colocarei as cadeiras sobre as mesas, apagarei as luzes, e fecharei as portas do universo, enquanto o deixo para trás..."

disse ela a seu irmão Sonho.

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