Mauro Faccio Gonçalves (
Sete Lagoas,
18 de janeiro de
1933 —
Rio de Janeiro,
18 de março de
1990), mais conhecido como o personagem
ZACARIAS foi um
ator,
comediante,
humorista e
locutor de rádio.
Ficou conhecido do grande público e ganhou notoriedade pelo seu trabalho no grupo humorístico
Os Trapalhões.
Mauro nasceu em uma família humilde com onze irmãos.Nascido em
Sete Lagoas, cidade do interior de
Minas Gerais. Antes de se tornar famoso, foi vendedor de sapatos e trabalhou em uma fábrica de
café, onde seu pai já trabalhava.
Mauro estudou no Colegio Diocesano Dom Silvério de Sete Lagoas. Começou a carreira no
rádio em
1955, na Rádio Cultura de
Sete Lagoas, num programa humorístico chamado
Em Babozal Era Assim. No ano seguinte, formou-se técnico em contabilidade pela Escola Técnica de Comércio de Sete Lagoas. Através do humor, logo tornou-se conhecido pela habilidade de trocar de vozes, criando vários tipos completamente diferentes, e de imitar animais com rara perfeição.
Mudou-se para
Belo Horizonte em
1957, onde tentou estudar
Arquitetura, trabalhando ao mesmo tempo como
bancário. Porém, dificuldades financeiras o impediram de iniciar o curso. Na capital
mineira, Mauro trabalhou na Rádio Inconfidência, fazendo três programas, sendo que o que mais o marcou como comediante foi
Arte Final. Logo veio o reconhecimento: foi considerado o melhor comediante do rádio de
1960 a
1963. Ainda em Belo Horizonte, fez sua estreia na televisão, na
TV Itacolomi, no programa
Tribunal de Calouros.
Em 1963, recebeu uma proposta para trabalhar na
TV Excelsior do
Rio de Janeiro, a convite de
Wilton Franco. Apesar da timidez - que inicialmente o impedia de trabalhar na
televisão - Mauro estreou em um programa de calouros, onde criou cinco personagens, incluindo o Garçom Moranguinho, fazendo grande sucesso inspirado num garçom da terra natal dele. Mais tarde, foi para a
Rede Record, para fazer parte do elenco de
A Praça da Alegria e
Os Insociáveis.
Sua participação no programa fez com que
Renato Aragão o convidasse para ser efetivado no grupo de "
Os Trapalhões". Mauro foi o último a integrar o grupo, do qual já faziam parte Didi,
Dedé e
Mussum, completando assim a formação do quarteto em
1976.
Além do personagem Zacarias, Mauro Gonçalves também era a voz que interagia com o personagem
Aparício, interpretado por Renato Aragão, e fez um filme com
Roberto Machado, intitulado
Deu A Louca Nas Mulheres. Em
1970, foi premiado pela sua interpretação na peça
"A Dama do Camarote". Permaneceu no grupo de "Os Trapalhões" até
1990, ano em que faleceu. Seu último filme foi
Uma Escola Atrapalhada.
Zacarias era caracterizado pelo jeito infantil e ligeiramente afeminado (embora sem conotação
homossexual), pela peruca (Mauro Gonçalves era calvo) e pela risada característica. Mauro dizia que "Zacarias" era o nome de um galo que ele tinha na infância, e desde pequeno o chamavam assim.
Seu personagem foi o mais caricato de todos, marcado por seu dentes saltados e sua risada inconfundível, e pelo constante assédio à sua peruca (sempre alguém ou algo roubava sua peruca, ele desesperadamente se esforçava para recuperá-la em meio a gritos e lamúrias).
Devido a ação judicial movida pela familia do humorista relativa a direitos autorais, o personagem criado por Gonçalves teve seu nome alterado para "Zacaria" na
série de quadrinhos editada pela
Editora Abril.
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Zacarias faleceu em
18 de março de
1990, aos 57 anos. Embora a família do ator tivesse omitido a razão de sua morte, o boletim médico liberado para a imprensa pela Clínica São Vicente, localizada na
Gávea, no
Rio de Janeiro diz que o ator teve insuficiência respiratória em consequência de uma infecção pulmonar, muitos rumores dizem que foi devido ao enfraquecimento de seu sistema imunológico devido a dietas e a boatos não confirmados sobre ele ter tido Aids.
De lá, seu corpo foi embalsamado e levado para Sete Lagoas, onde foi sepultado. Seu falecimento chocou muitas crianças, já que na época ele estava em plena atividade. Sem falar em seus dois companheiros Renato Aragão e Dedé Santana, que compareceram ao velório emocionadíssimos. Renato declarou que
seu filho caçula havia morrido e que Zacarias
nunca havia crescido, pois o considerava como um menino, emocionado e chorando aos prantos, no caixão. Mussum não pôde comparecer por estar fora da cidade num dia triste.
Após o seu falecimento, em um processo movido em
1998, os familiares do humorista reivindicam uma indenização à
Rede Globo referente ao pagamento dos direitos autorais do artista pelas retransmissões do programa
Os Trapalhões, entre
1989 e 1998. O processo ainda não terminou.
Fica aqui uma pequena homenagem para este grande artista que nos fez dar boas gargalhadas em nossa infância, que ficarão para sempre guardados em nossa memória.