A Laranja Mecânica (A Clockwork Orange no original) é um livro de Anthony Burgess escrito em 1962. Conta a história de Alex, um garoto que juntamente com outros jovens da sua gangue (Pete, Georgie e Tapado) praticam roubos, espancamentos, estupros por toda uma Londres arrasada de um futuro indeterminado. Alex pratica a violência por puro prazer, assim como a maioria dos jovens da sua idade.
Burgess causou grande estranhamento em seus leitores por conta do vocabulário de Alex, cheio de gírias nadsat - termos eslavos e palavras rimadas que exigem dedução para o entendimento. Exemplo: a rot do vekio estava cheia de krov(sangue) vermelho quando lhe demos um toltchock; tiramos as platis da devotchka e seus grudis eram horrorshow , etc. O livro chocava também por sua violência e os conflitos éticos que cercavam o jovem Alex, suas punições e a sociedade.
Seu título provém de uma expressão anglo-saxã "As queer as a clockwork orange", ou, em uma tradução simplificada, "Tão bizarro quanto uma laranja mecânica".
O best-seller de Anthony Burgess, A laranja mecânica, escrito em 1962, chegou ao Brasil na década de 70. Mais de quarenta anos depois, esta ficção não perdeu sua atualidade.
O protagonista Alex, amante da música clássica (principalmente Ludwig van Beethoven) e líder de uma gangue de delinquentes que matam, roubam e estupram, cai nas mãos da polícia. Preso, Alex é usado numa experiência chamada "Método Ludovico", criada pelo Estado e destinada a refrear os impulsos destrutivos dos delinquentes. Quando volta às ruas regenerado, passa a sofrer com aqueles que antes eram as vítimas. Após ser usado num jogo político pelo partido de esquerda, o Estado reverte o seu "tratamento".
Para complementar o vocabulário dos seus personagens, Anthony Burgess criou mais de duzentas palavras baseadas nas gírias dos ciganos ingleses, na própria língua inglesa, em expressões eslavas (algumas vezes alteradas semanticamente) e fez ainda associações de idéias, aglutinações e jargões rimados ingleses. Tal coleção de palavras é conhecida como nadsat. Em Portugal, a tradução foi feita pelo escritor José Luandino Vieira, que adaptou as palavras nadescentes ao Português. Alguns exemplos: crove (sangue), debócheca (mulher), videar (ver), tolchoque (golpe, pancada), grude (seio), druco (amigo, companheiro), bratecheno (sacana), cancerilho (cigarro), etc
O aumento da delinqüência juvenil tanto no Ocidente capitalista quanto na Rússia soviética foi outro catalisador do livro cuja língua, inclusive, é um inglês russificado, de gírias abundantes. O autor retornou ao tema de Laranja Mecânica em Enderby Outside (1968) e A Clockwork Testament, or Enderby's End (1974), livros que tiveram fria acolhida.
Foi adaptado ao cinema por Stanley Kubrick em 1971.
A obra de Anthony Burgess, foi inspiração para muitas outras artes por exemplo na música :
O grupo brasileiro de heavy metal, Sepultura, se inspirou na história de Laranja Mecânica para conceber seu álbum A-Lex. O título do álbum é um trocadilho com o nome do personagem principal; em latim, a expressão a-lex significa “sem lei”.
A banda de hardcore punk Lower Class Brass escreveu uma música chamada “Ultra-violence”(ultraviolência) inspirada na história.
A banda de punk britânica, The Adicts, usou um figurino similar ao de Alex, além de ter um álbum intitulado “Smart Alex”(Astuto Alex em português).
A banda de punk argentina, Los Violadores, escreveram a música “1,2, Ultraviolento” inspirada na história.
A banda de punk alemã, Die Toten Hosen, compôs um álbum baseado em Laranja Mecânica, intitulado Ein kleines bisschen Horrorschau (Um pouco de show de horror em português).
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